No
início da segunda metade do século passado o senhor Francisco de Aprígio,
sapateiro, e a senhora Valdiva Marques de Sousa, do lar, trouxeram ao mundo o
menino José Juarez de Sousa, hoje conhecido como o advogado Juarez Preto, pois há
na cidade de Macaíba um outro profissional do direito que é apelidado de Juarez
Branco.
Mas,
vamos direto ao objetivo do relato. Eu sou professor há 23 anos e ouço
diariamente as lamúrias dos pais dos meus alunos queixando-se da falta de
condições confortáveis de existência. Chegam a dizer que filho de pobre não
estuda porque é pobre e que somente os ricos tem condições de estudar. Vários
destes pais recebem bolsa família e seus filhos tem acesso a programas
governamentais que lhes garantem merenda, livros e até fardamento. Pois é a
estes pais que dirijo estas breves palavras. O menino Juarez, não teve acesso a
esses programas. Mas recebeu de seus pais algo que falta a alguns dos meus
alunos. Carinho, amor, conselhos, disciplina e o principal: atenção dos
familiares.
A
atenção dada por Dona Diva e "Seu" Aprígio ao pequeno Juarez não fez
dele um advogado, pois poderia ter escolhido outra profissão, fez dele, sim, um
homem. Um amigo, irmão, pai de família dedicado e amoroso.
É
esse exemplo de Dona Diva, que inspirou o caráter de Juarez, que transmito às
mães dos meus alunos. Não sei se no futuro eles serão advogados, juízes,
médicos ou simplesmente sapateiros, como "Seu" Aprígio. Mas se
tiverem carinho, amor e a cuidadosa companhia de seus familiares, esses
adolescentes serão homens e mulheres de valor, de caráter, de virtudes que
orgulharão a todos nós.