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Na TV, nos
jornais impressos ou na internet o que mais vemos são cenas bizarras de
violência. Por que isso vende?
Ficar olhando
fotografias ou vídeos de corpos decapitados ou com as tripas fora do corpo tem
contribuído para melhorar de alguma forma a nossa vida? Ajuda a diminuir a
violência?
Me parece que
não. Do contrário a crescente audiência dos programas policiais coincidiria com
a diminuição dos atos violentos. Mas eles só aumentam. E tornam-se cada vez
mais bizarros. Parece que a exposição de certas imagens aguça a criatividade de
quem já planeja fazer o mal.
Coincidentemente
(ou não) aumenta a criminalidade envolvendo réus primários. Ou seja, pessoas em
dificuldade financeira, dominadas por algum vício e com famílias
desestruturadas, estão cometendo pequenos furtos ou assaltos, de celulares, por
exemplo, para alimentar seus vícios. Justamente no exato momento em que o
“astro” do programa policial avisa para ele: “na rua tal, bairro fulano de tal,
o ladrão pode agir tranquilamente porque a polícia nunca passa por lá”. Você
acha que só porque ele falou isso a polícia vai correndo no mesmo instante para
o local? É lógico que não! A quantidade de policiais não é suficiente para
isso. Mas o delinquente, bem informado por esses programas, aproveita a
“deixa”. E a quantidade de meliantes é bem maior que a de policiais.
Não estou
querendo afirmar que seja melhor negar a existência da violência. Ela existe e
deve ser debatida pela sociedade. Mas isso deve ocorrer de forma séria,
planejada, em fóruns que envolvam a sociedade e especialistas que possam
apresentar alternativas visando a diminuição, pois creio que seja impossível a
extinção da violência. Na cidade de Natal/RN, por exemplo, os moradores de um
bairro resolveram instalar câmeras de segurança e a polícia monitora as imagens
24 horas por dia. Desde então nenhum roubo ou assalto foi registrado.
Informar pela
TV aos ladrões que eles podem ir para a cidade fulano de tal porque lá só tem
dois policiais para dar segurança a toda aquela cidade, não creio que seja um
serviço de utilidade pública.
Mostrar as
tripas de um motociclista atropelado por um ônibus também não é informação de
utilidade pública. Sentir prazer ao apreciar tais imagens também não me parece
atitude de quem tem uma mente saudável. Mas, há pessoas que se deleitam com
essas coisas. Que até filmam com o celular e passam para os colegas que têm o
mesmo gosto. São essas pessoas que dão audiência a esse tipo de “noticiário”. É
por causa destas pessoas que existem certos “astros” no telejornalismo (?!)
brasileiro.
Se você é uma
destas pessoas procure um psicólogo ou psiquiatra. Confesse para ele que você
tem prazer em ver desgraça, violência, baixaria. Se você permitir, ele vai lhe
ajudar. Ele lhe mostrará que o mundo não acabou em dezembro de 2012. Que ainda
estamos vivos e devemos celebrar a vida e as coisas boas que ela tem. Que o
mundo ainda não está totalmente perdido. Na verdade o mundo está sendo
destruído por algumas pessoas. E outras pessoas poderão reconstruí-lo.
Professor José Luiz da Silva.
*A imagem que ilustra este post pertence ao Grupo de Teatro Jovens Cênicos - Na Campanha contra "Violência no Transito". Uma Iniciativa do Grupo de Teatro Jovens Cênicos Escola Estadual de Pampã, Polícia Militar , Secretaria de Saúde e Prefeitura Municipal de Fronteira dos Vales. Este é o link para o vídeo da encenação teatral: https://www.youtube.com/watch?v=2NObVlaCsms